Os ESG e o Financiamento Verde

15/08/2024 | Empresas, ESG

A sustentabilidade tornou-se um imperativo estratégico para as empresas, e os critérios ESG (Environmental, Social, Governance) estão no centro desta transformação. Atualmente, o financiamento sustentável, também conhecido como financiamento verde, é um dos pilares do Plano de Ação Europeu para o Crescimento Sustentável. Este plano visa criar condições para apoiar empresas e a economia na sua transição para práticas mais responsáveis, garantindo que o sistema financeiro redirecione os fluxos de capital para investimentos alinhados com os princípios ESG.

Os critérios ESG refletem três grandes dimensões da sustentabilidade empresarial:

  • Environmental (Ambiental): Refere-se ao impacto das operações da empresa no meio ambiente, incluindo a pegada de carbono, a utilização de recursos naturais e a gestão de resíduos.
  • Social (Social): Envolve a forma como a empresa gere as suas relações com colaboradores, comunidades e outras partes interessadas. Abrange áreas como direitos humanos, diversidade e bem-estar dos funcionários.
  • Governance (Governança): Reflete a forma como a empresa é gerida, incluindo práticas de transparência, ética empresarial e políticas de gestão de risco.

Os critérios ESG são também um fator essencial para garantir o acesso ao financiamento. Hoje, investidores e instituições financeiras avaliam as empresas com base no seu desempenho ESG antes de decidirem onde investir, uma prática que se traduz diretamente na capacidade das empresas de obter capital a condições favoráveis de financiamento.

Obrigações de Reporte para o Sistema Financeiro

As instituições financeiras estão sujeitas a novas exigências regulamentares. A partir de 2024, os bancos terão de reportar as suas práticas de gestão de riscos e também o contributo dos seus produtos financeiros para a sustentabilidade. Um dos indicadores fundamentais será o Green Asset Ratio, que mede o peso dos empréstimos verdes no total da carteira de crédito. Esta nova obrigação vai exigir que os bancos recolham informação das empresas sobre o seu alinhamento com os critérios ESG.

Embora as grandes empresas sejam as primeiras a ser visadas, a tendência é que esta exigência se estenda rapidamente às PME. Muitas PME já estão a ser contactadas pelos seus bancos para fornecerem informação sobre o impacto das suas operações em termos ambientais, sociais e de governança. Além disso, as PME inseridas em cadeias de abastecimento de grandes empresas também sentirão pressão para fornecer estes dados, a fim de garantir o cumprimento dos requisitos ESG ao longo de toda a cadeia de valor.

Financiamento Verde: Oportunidades e Desafios

Com o financiamento verde e os novos regulamentos, as empresas que demonstrem práticas robustas de ESG poderão beneficiar de melhores condições de financiamento, incluindo taxas de juro mais baixas e acesso a capital. Por outro lado, as empresas que não adotem práticas sustentáveis poderão enfrentar dificuldades crescentes em aceder a financiamento e, a longo prazo, perder competitividade no mercado.

Os fundos de investimento e private equities também serão obrigados a reportar indicadores ESG das empresas nas quais investem. Este regulamento conhecido como SFDR (Sustainable Finance Disclosure Regulation), pretende garantir a transparência e combater o greenwashing, ou seja, a prática de rotular produtos como sustentáveis sem a devida comprovação.

Fundos Comunitários e o Princípio de “Não Prejudicar Significativamente”

No âmbito da estratégia europeia para o crescimento sustentável, os fundos comunitários, como os disponibilizados através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Portugal 2030, desempenham um papel fundamental no apoio às empresas na transição para modelos de negócio sustentáveis. No entanto, as empresas que procuram aceder a estes financiamentos devem assegurar que os seus projetos respeitam o princípio de “Não Prejudicar Significativamente” (DNSH) o ambiente, em conformidade com a Taxonomia Verde da UE.

Este princípio implica que as empresas evitem práticas que possam comprometer os objetivos ambientais, como a mitigação das alterações climáticas, a transição para uma economia circular, a proteção dos recursos hídricos e a preservação da biodiversidade. As empresas que não cumprirem estes requisitos poderão não ser elegíveis para financiamento, o que sublinha a importância de implementar estratégias ESG robustas.

Smarthive: Medição da Pegada de Carbono e Maturidade ESG

Para apoiar as empresas e entidades na sua jornada de sustentabilidade, a Smarthive oferece uma solução completa para a medição da pegada de carbono e maturidade ESG. A Smarthive permite avaliar o seu desempenho ambiental e identificar oportunidades de melhoria.

A Smarthive permite recolher dados detalhados sobre o consumo de energia, água, emissões de carbono e outros parâmetros essenciais. Esta informação é crítica não só para assegurar a conformidade com as exigências regulatórias, mas também para aceder a financiamento verde e comunicar de forma transparente com investidores e parceiros.

Categorias

Artigos Recentes